O fim dos motores a combustão
Preocupação sobre o fim dos motores a combustão e implementação de energias alternativas
Patrick Lima Alex
4/8/20242 min ler
Durante décadas, imaginou-se que, no futuro, os carros seriam voadores, como nos filmes de ficção científica. Ainda não vivemos essa realidade em larga escala, embora os protótipos já existam. Mas o futuro que realmente está batendo à nossa porta tem quatro rodas e zero emissões: o carro elétrico. Enquanto isso, os veículos movidos a combustíveis fósseis já têm data marcada para sair de cena.
Mais de 30 países já decretaram o fim da venda de carros a gasolina e diesel até 2035. Fabricantes como General Motors, Mercedes-Benz, Ford, Volvo e Volkswagen anunciaram planos concretos para abandonar a produção de veículos a combustão nas próximas duas décadas. A União Europeia foi além: aprovou, em 2023, a proibição da venda de novos veículos com motores a combustão a partir de 2035, no âmbito do ambicioso plano climático Fit for 55, que visa reduzir em 55% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação aos níveis de 1990.
Esse movimento é guiado por evidências climáticas irrefutáveis: os motores a combustão representam uma das maiores fontes globais de gases que promovem o efeito estufa. Portanto, a transição para veículos elétricos deixou de ser uma tendência e se tornou uma necessidade urgente — e uma realidade em vários países.
Apesar do avanço global, o Brasil ainda não possui uma legislação que determine o fim dos carros a combustão, apenas sinais do movimento em curso, como a instalação de fábricas de veículos elétricos em território nacional. A expectativa é que a regulação acompanhe o ritmo de outros países e incentive investimentos em infraestrutura e inovação.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2023) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), um motor a diesel emite 2,68 kg de CO₂ por quilowatt-hora (kWh) gerado, enquanto o motor a gasolina gera 2,31 kg. Os geradores a diesel ainda são essenciais para setores como construção civil, hospitais, indústrias e eventos. No entanto, esse mercado precisará fazer uma transição urgente para acompanhar os novos marcos regulatórios e se adequar aos planos e compromissos de sustentabilidade.
O Ceará se destaca no cenário nacional por liderar o mercado de energia limpa, com forte potencial solar, eólico e, mais recentemente, com o hidrogênio verde. O estado também foi pioneiro na América Latina ao implantar um gerador movido a hidrogênio verde, antecipando-se às necessidades e aos padrões globais, e reforçando seu papel estratégico na transição energética.
A mudança para tecnologias mais limpas vai além dos veículos: exige um redesenho das políticas públicas, incentivos à pesquisa, capacitação de mão de obra e uma infraestrutura elétrica inteligente. O compromisso com a sustentabilidade demanda ação coletiva, envolvendo governos, empresas e a sociedade. Somente assim construiremos um futuro mais sustentável e alinhado aos acordos climáticos internacionais.
